A LUA ALUA
A lua, dama da noite,
Musa da poesia,
Testemunha silenciosa dos românticos,
Fulgura no céu impoluto.
Erra o canção que diz
Que a lua é dos namorados.
Não apenas...
Abarca muitos,
Contempla todos.
A lua é dos sentimentais,
Dos solitários,
Dos desiludidos,
Boêmios,
Sorumbáticos,
Suicidas,
Eremitas,
Loucos...
Dos desertores
E dos desertados,
Dos vampiros,
Lobisomens,
Sonâmbulos,
Visionários,
Bipolares,
Artistas...
Dos contemplativos.
Dos rejeitados.
Dos sonhadores.
Sobreviventes.
A Lua, linda!, alua.
Verga o psiquismo,
Desfoca a realidade,
Gesta lunáticos...
Coiotes que uivam durante a noite infinda,
De fio a fio da vida.
A lua
(notem melhor...)
é dos néscios,
dos desesperados!
*
imagem: Google
Interação do poeta Péricles Alves de OLiveira, a quem agradeço.
A lua,
testemunha de velhos amores
(entre angústias e dores)
enterrados;
a lua
dos amantes e dos poetas enamorados
e (às escondidas) dos ratos
esfomeados;
sim, a lua
alua sobre minhas sete vidas
encerradas.