A VIZINHA.

Esta vizinha me consome

Quando menos espero, aparece

Quando quero, some

Parece visagem

Uma hora se despe

Me deixa na viagem

Desfila na janela

Em outra, roupa transparente

Como se fosse dormir

Mas sempre na dela

Assim em todas as noites

Monto plantão

Esperando por ela

Procuro fingir

Não me interessar

Mas, não consigo

O vento frio em açoites

Corta corpo e coração

Assim, quando espero

Ela não vem

Quando não quero

Eis que aparece

Me deixando satisfeito

Quando não

Fico mesmo na mão

E assim dia a dia

Sem matar minha vontade

Aumentando minha agonia

Esta vizinha de madura idade

Acabou decidindo

Que não fico mais excitado

Iremos enfim indo

Para ter um belo resultado

BCFerr
Enviado por BCFerr em 30/01/2015
Código do texto: T5120036
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