A VIZINHA.
Esta vizinha me consome
Quando menos espero, aparece
Quando quero, some
Parece visagem
Uma hora se despe
Me deixa na viagem
Desfila na janela
Em outra, roupa transparente
Como se fosse dormir
Mas sempre na dela
Assim em todas as noites
Monto plantão
Esperando por ela
Procuro fingir
Não me interessar
Mas, não consigo
O vento frio em açoites
Corta corpo e coração
Assim, quando espero
Ela não vem
Quando não quero
Eis que aparece
Me deixando satisfeito
Quando não
Fico mesmo na mão
E assim dia a dia
Sem matar minha vontade
Aumentando minha agonia
Esta vizinha de madura idade
Acabou decidindo
Que não fico mais excitado
Iremos enfim indo
Para ter um belo resultado