Apanhador de Sonhos

Cada palavra cintilava poesia no baú de apanhar sonhos. Eram palavras pequenas e tortas, quase inaudíveis. Sutis e leves. Ouvi-as sempre de nuvens ensolaradas, quando deitado na grama pensava na vida. Pensava apenas sobre coisas miúdas: pensava sentimentos! Carregava o baú na alma e, antes de transbordá-lo, seus sonhos enchiam a vida de outras pessoas. Seus sonhos tocavam outros sonhos, que tocavam outros sonhos. Eram sonhos recheados de potência, de transformação, de vida. Sonhos que andarilham e perambulam outras almas. Era chamado de apanhador de sonhos, capaz de construir um mundo só seu. Morrer feliz de tanto sonhar.