TEMPO PERDIDO
TEMPO PERDIDO
Tenho saudades do meu passado,
Quando brincava de ser o amante,
Jogava bola de gude na rua,
Rua de terra batida sem movimento,
Caçada girino no riacho,
Acompanhava a transformação em sapo,
Amava as lagartas que viravam borboletas,
Algodão com feijão e areia com alpiste.
Querer ser veterinário estelar,
Brincar de quatro cantos,
Queimada e pega-pega.
Mas em algum lugar o tempo se perdeu,
Vivo um presente que não existe,
Pisquei o olho e ele é passado,
Escuto uma musica e ela ao acabar está no passado.
A vida é tão efêmera como as recordações,
Como as ansiedades sofridas,
As dores de amores que sofri,
Como as vitorias que venci.
Hoje tenho um baú de tempo perdido,
Não faço mais promessas,
Pois eu as cumpro,
Mas será que a outra parte cumprira?
Bastaria tanto ela me dar à mão,
Bastaria tanto ela ainda me sorrir,
Pedir uma mudança e também mudar.
Mas o nosso tempo também passou
Esta no baú do tempo perdido.
Não houve nada de errado,
Apenas acreditei nas promessas dela,
Amei tanto ela e quis tanto que fosse verdade,
Mas as promessas foram falsas.
Conheço nela algo que ninguém mais conhecera
E isso esta no tempo perdido,
O presente hoje não existe,
Cada palavra escrita está no passado.
Queria que ela não tivesse me abandonado,
Mas como não posso escolher o sentimento de outro,
Volto para o meu presente que já é passado
E levanto para um futuro,
Mas no futuro não sei o que serei...
André Zanarella 01-12-2013