DEPOIS DO ADOLESCER
Tinha eu, lá uns quinze anos,
quando dei por conta,
que me era caro ser mais do que fora
então fui ser outro,
mas não me cabia, pouco espaço,
voltei, ou tentei voltar,
mas se encolhera o caminho,
fiquei a ver navios, sem casa, sem eira,
sem nexo
a xingar o mundo,
que me defenestrava,
e fiquei assim até meus dezessete,
quando, por ser pobre, tive que
buscar o pão de cada dia,
joguei o que não cabia em uma gaveta,
sai pela porta vazia.
E se foi mais décadas de que me lembro.
Agora, na hora em que a coluna ardia,
E a mente, sei La por causa de que,
Vadia no ontem,
Me contorço incomodado,
Nem sei onde esta a gaveta.