A maçã no asfalto

O silêncio quedou-se por sobre a tarde fria.

Imóvel, no canto da sala, um gato ressonava, alheio ao tempo.

Tudo, ao redor, era silêncio.

No ar um aroma de jasmim perfumava a sala, invadia os quartos, deixava a cozinha com aspecto de jardim.

Vasos de azaleias, na janela, coloriam os olhos dos passantes, na ruazinha de pedras íngremes, afastada da civilização.

Longe a cidade respirava o progresso tardio, com novas construções, arranha-céus que iam cortando o espaço, tornando a paisagem uma selva de pedras e concreto.

Ali, a maçã no asfalto.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 29/01/2015
Reeditado em 01/02/2015
Código do texto: T5119067
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