Teodorico

Teodorico

Existia uma fazenda no estado do Mato Groso, se num me engano perto de Coxim, e o dono dessa fazenda era um homi mar, que da vida nada agradicia e se a coisa num fosse pra li sastifazê ele não concordava e logo mandava seus jagunçu de quarque manera resorvê. Era muito preconceituoso e sua maió virtude era sê orguioso, num gostava de cego e alejado nem de vê, num dava esmola e vivia a dizê. "esmola é escola, que só serve pra vagabundo fazê", e anssim tratava os empregado a muié e inté os fio. Ninguém sabia explicá porque Deus, nosso sinhô, suas terra protigia e suas coieita memo na seca vincia, tinha os mió animar e sobre eles nenhum mar se abatia, havia inté uma históra, que com o chifrudo ele tinha uma parceria, o que pra mim é pura fantasia. Mais a vida foi siguindo, Teodorico, esse era o nome do tar fazendero rico. Teodorico num entregava suas manada à ninguém, e com seu para belo do lado, e uma pexera do outro, montado sempre no memo alazão, era ele que comandava as comitiva e levava seus gado pra vende nas exposição, não se drobava pro sor, nem pra chuva, parecia inté um tronco véio de aroeira que o machado da vida, ainda não havia conseguido envergá. Tinha três fio e uma linda fia, que apesá de seu sangue carregá, eram tratado como os empregado, pra comê, tinha que trabaiá. Amô no peito de Teodorico parecia palavra em inglês, naquele sertão, ninguém sabia soletrá. Mais o distino tirano marca a hora e todo mundo tem sua vêz, numa comitiva a úrtima que Teodorico fez, o rebanho arguma coisa assustô e nu estôro nas mata o gado se embrenhô, Teodorico com um grito o sertão rasgô: "enquanto uma cabeça do meu gado fartá, nenhum peão vai drumi ou se alimentá". E todos sabiam que as palavra de Teodorico era lei, e ai de quem tentasse essa norma mudá, e o véio num sentava, nem ficava a esperá, era esperto que nem moço novo e sua esperteza, pela idade fazia os peão resmungá: "esse tar, tem memo parte com o diabo, num tem como duvidá". Mais de repende um grito de socorro na mata fez ecuá, era Teodorico, seu cavalo, cansado, as perna fraquejô e sobre uma mata de espinho Teodorico jogô. Socorrido, foi pra cidade conduzido, dos ferimento logo se livrô, mais seus passo e a cor da vida os espinho robô, ficô alejado e dos dois oio cegado, agora não podia mais anda e o verde dos campo, não podia enxergá. E sua esperteza acabô e dependendo dos outro pra suas necessidade fazê ficô, e nessa hora todo mundo sentia no vermeio de seu rosto a vergonha se abatê. E apesá da fala, os espin num afetá, de sua boca nenhuma palavra ninguém mais ouviu pronunciá, e sentado numa véia cadera de balanço, na varanda de sua grandiosa fazenda, toda tarde apesá de mais nada enxergá Teodorico ficava o horizonte a mirá e tem arguns que diz que viram, lágrimas de seus oio miná, e isso só vem confirmá, que na vida, a gente só coi o que plantá.

Poema de Orlando Jr.

orlando junior
Enviado por orlando junior em 03/06/2007
Código do texto: T511885
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