FETO SEM VIDA

Murchou o feto debalde a carência de afetos,

nada mais pode trazer a vivência a seus pés,

tudo é turvo,mesmo os brilhos de seus olhos,você morreu,mudou-se para um infinito só seu.

E eu?...como vou poder agora suportar tanta solidão?

se era você a minha alegria,se era você o tudo da minha vida,como vou suportar os momentos que eram nossos?... e os dias?,como vou agora pegar em suas mãos pequeninas e sentir aquele calor demonstrativo?

quero lhe pedir desculpas por algumas faltas minhas...

-sim...quero enxugar agora aquela lágrima que escapou de seus olhos por culpa minha.

Olhe isso é um apelo,é um cerco da minha consciência.

vai feto bondoso cheio de inocência,mas não leva mágoas de mim, eu ^nao quis ser ruim.

Hoje sofro e choro na minha solidão porque amo você e agora você parte sem se despedir de mim.sem me beijar o rosto como de costume,sem me fazer queixumes quando nosso quarto ficava no escuro.

E seus brinquedos filho? ainda estão naquela caixinha de madeira,

vai permanecer sempre ali, como você está ai nessa caixinha de madeira.

Mais por favor filhinho não vá fazer besteiras,lá deve ser muito diferente desse nosso mundo.

lá não tem o quarto escuro,lá não tem bolas nem pipocas.

mas vou ficar aqui rezando por você.

Sei que um dia hei de carrega-lo nos braços,como das poucas vezes que tive tempo de nina-lo.

E você filho? vai sentir saudades de mim?sabe filho ainda sinto seus gritos no jardim.

Mas a esta altura você está coberto de argila fúnebre cheio de medo e espanto pois parte pra um infinito só seu.

Mais eu filho querido como sou parte de você,sempre fui eu quero dizer.

Não gostaria de que você estivesse hoje com a gente,

para mais tarde ter uma triste sorte.por isto sofro conformado filho,

por DEUS ter te chamado a morte.

ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA
Enviado por ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA em 28/01/2015
Reeditado em 28/01/2015
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