A CRUZ

Trazendo a cruz no punho das espadas,

No olhar trazendo chamas de bravuras,

Ei-los que nestas plagas encantadas,

Pisam, soltando em grito de ventura.

Do mar em frente às vagas assombradas,

Em face da floresta, enorme e escura,

Solene, entre as bandeiras desfraldadas,

A Hóstia sobre, relumbrante e pura;

E enquanto o sol, no ferro da couraça,

Risca de prata e sangue os peitos seus,

Um silêncio tetérrimo perpassa...

Cortando em quatro o mundo dos espaços,

É o pelouro secular de um Deus,

Que abre no azul os formidáveis braços!

1900 - "Suprema Epopéia."

DR. EGAS MONIZ BARRETO DE ARAGÃO (PÉTHION DE VILLAR)
Enviado por Francisco Atila Moniz de Aragão em 28/01/2015
Código do texto: T5117111
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