NO GÓLGOTA
(Paráfrase)
Um daqueles judeus que pregaram na Cruz
E ultrajaram sem pena o corpo de Jesus,
Antes de abandonar de tudo o condenado,
Arrancou-lhe brutal, sacrílego, um punhado
De cabelos que o sangue ainda umedecia,
Gritando á populaça atroz que o aplaudia:
- Vou mostrar a Caifáz agora, o que fiz eu -
E esse infame, a correr, o Gólgota desceu,
Erguendo glorioso a negra mão impura.
A noite era profunda, a rua estava escura;
Tem medo o ímpio: vacila, estaca e de repente,
Fitando as mãos, recua alucinadamente;
Os dedos quer abrir mas o assombro contrai-os:
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Esse homem segurava um punhado de raios!
1898.