NO GÓLGOTA

(Paráfrase)

Um daqueles judeus que pregaram na Cruz

E ultrajaram sem pena o corpo de Jesus,

Antes de abandonar de tudo o condenado,

Arrancou-lhe brutal, sacrílego, um punhado

De cabelos que o sangue ainda umedecia,

Gritando á populaça atroz que o aplaudia:

- Vou mostrar a Caifáz agora, o que fiz eu -

E esse infame, a correr, o Gólgota desceu,

Erguendo glorioso a negra mão impura.

A noite era profunda, a rua estava escura;

Tem medo o ímpio: vacila, estaca e de repente,

Fitando as mãos, recua alucinadamente;

Os dedos quer abrir mas o assombro contrai-os:

........................................................

Esse homem segurava um punhado de raios!

1898.

DR. EGAS MONIZ BARRETO DE ARAGÃO (PÉTHION DE VILLAR)
Enviado por Francisco Atila Moniz de Aragão em 28/01/2015
Código do texto: T5116857
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