Jardins em Fuga!

Tagarelas batendo dentes na gare fria,

Jornal vencido tocando os fundos molhados,

Folhas secas para catadores de vento,

Esporão metálico, dedilhado central, arremates,

Embarcados sem carnes na via vencida,

Estão procurando o Pan até hoje entre a ramagem,

Fantasmagóricos ciclopes atrás das cortinas,

Berreiros desvairados de pouca-práticas juvenis,

A porra-louca da esbórnia está chegando a galope,

Fumaça no travesseiro com essências naturais,

Para não mexer no rádio, deixa a música tocar,

Não pense que o toque não está fazendo falta,

Passagem muito distante, números & esperanças,

Alguns trabalhos novos pintando na parada,

Mais fumaça com gosto de conhaque, outras balas,

Ainda não é daqueles, mas já serve para tirar o lodo,

Um começo pra dar bicuda na zica da vida...

Continua tudo a boca pequena para não secar,

Hoje estou mais leve, cabeça mais leve,

Até o Sol brindou o dia, como falei tanto ontem,

Não tem explicação, apenas sentidos, sentimentos,

A voz que bate mais fundo & acalma a alma,

Tagarelas ainda vão falar até as tampas,

Vão maldizer por todos os cantos, coitados dos outros,

Embrulho pequeno para deixar em qualquer lugar,

A noite assiste todas as nuvens que trafegam,

Passageiras de uma outra ordem, naturalmente,

Pela mente que mente, desmente as medidas,

Fuça tanto na vida, que mal olham o próprio rabo,

Depois vão ficar chorando o tempo mais que perdido,

Pretérito do imposto, empunhadura dura, lenitivos,

Cerveja para mijar a vontade todas as vitórias,

Quem não quiser, fique na água gelada oras,

Papos para o ar que também está mais leve,

Novas composições para um blues rasgado,

Até alguns grafites tirados dos passado,

Vão emolduras novas páginas ainda sendo criadas,

Alguma coisa para a web, essa vai levar mais tempo,

Aquelas histórias precisando ser passadas a limpo,

Novos humores para suplantar a agonia da espera,

É, o tempo corre mesmo, ainda tem um livro de jeito,

Têm muitos textinhos, virando o mesmo assunto,

Juntar dói tanto, dividir então, mais ainda...

Tudo por conta da tal mais valia... Editoras...

Qualquer pavão com trinta segundos na mídia,

Vira uma publicação com ampla divulgação,

Escorados de plantão, descolados & afins, abrolhos,

Uma no jargão, outra na santa ferradura, sacal,

Não é de se admirar Van Gogh, apenas um quadro,

Depois vira essa loucura biliardária nas mãos de poucos,

Aí vem uns & outros, mas se fosse tudo fácil?

Todo mundo estaria publicando, ora, pois...

Tanto melhor, assim se cometeria pelo excesso,

Nunca pela falta, pela escassez, pela posição social,

Ou pelo melhor apadrinhamento então conseguido...

Mas os fantasmas parecem querer sempre aparecer mais,

Então, o caminho fica com pontas, pedras & desvios,

Até que novas loucuras sejam bem cometidas!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 03/06/2007
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