DANÚBIO
Negro é o mar onde deságuam as águas,
Negra é a floresta que abriga a nascente.
Entre a floresta e o mar há um rouxinol que canta
no topo de um monte alto.
Eu ouvi seu canto e vi um anjo no monte Galler.
O rio serpenteia e cruza a paisagem,
O anjo de pedra protege a cidade.
O leão sobre a ponte das correntes tudo vê, escuta e guarda.
O Parlamento com torres góticas elevadas,
verdadeiro bordado, espelha sua silhueta nas águas.
No alto da colina, o castelo do rei
guardado pela águia em pose de voou,
presa aos antigos reinados.
Cavalheiros medievais eternizados em estatuas.
Mirantes no Bastião dos Pescadores descortinando o cenário,
e o rio caudaloso correndo em ritmo cadenciado
como quem dança uma valsa.
Há séculos cumpre o rio a mesma jornada.
Historias e vidas acumuladas em ambas as margens, e
pontes erguidas sobre as águas azuladas
unem Buda a Peste em suntuoso enlace.
Da nascente à foz por muitas cidades, vilas o rio passa,
em alguns lugares ele se estreita, em outros ele se alarga,
e segue dançando a sua própria valsa.
O rouxinol que habita o topo do monte Galler
sussurrou no meu ouvido que fui agraciada,
vi o rio serpear aquela cidade,
e agora ele também leva minha história em suas águas.