DANÚBIO

Negro é o mar onde deságuam as águas,

Negra é a floresta que abriga a nascente.

Entre a floresta e o mar há um rouxinol que canta

no topo de um monte alto.

Eu ouvi seu canto e vi um anjo no monte Galler.

O rio serpenteia e cruza a paisagem,

O anjo de pedra protege a cidade.

O leão sobre a ponte das correntes tudo vê, escuta e guarda.

O Parlamento com torres góticas elevadas,

verdadeiro bordado, espelha sua silhueta nas águas.

No alto da colina, o castelo do rei

guardado pela águia em pose de voou,

presa aos antigos reinados.

Cavalheiros medievais eternizados em estatuas.

Mirantes no Bastião dos Pescadores descortinando o cenário,

e o rio caudaloso correndo em ritmo cadenciado

como quem dança uma valsa.

Há séculos cumpre o rio a mesma jornada.

Historias e vidas acumuladas em ambas as margens, e

pontes erguidas sobre as águas azuladas

unem Buda a Peste em suntuoso enlace.

Da nascente à foz por muitas cidades, vilas o rio passa,

em alguns lugares ele se estreita, em outros ele se alarga,

e segue dançando a sua própria valsa.

O rouxinol que habita o topo do monte Galler

sussurrou no meu ouvido que fui agraciada,

vi o rio serpear aquela cidade,

e agora ele também leva minha história em suas águas.

Olivia Maria Beltrão Gondim
Enviado por Olivia Maria Beltrão Gondim em 27/01/2015
Reeditado em 28/01/2015
Código do texto: T5116471
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