Sobre o Frescor da Manhã
Depois da chuva
na fresca manhã
de flores orvalhadas,
de pássaros álacres;
insetos joviais drapejam
entre folhagens alvissareiras,
nuvens lépidas adejam,
cinéreas formas pardacentas.
Depois da chuva
as cores no âmbito
se misturam vivazes,
o sol nasce galerno;
a brisa é fagueira
e lava o rosto prazenteiro
que lança o olhar a divagar
no pitoresco vislumbramento.
Depois da chuva
o poeta aboleta-se à varanda
e num gesto costumeiro
empunha a pena anavalhada;
o pensamento é longínquo
e dança no lusco-fusco da aurora,
seu elã papalvo descortina
incauto o zéfiro rudimentar.