A PORTA ENTREABERTA

A porta entreaberta

Dá passagem ao mundo

Nos calejados passos.

A cortina de poeira

Encobre a distância.

O vento sopra,

Varre os cantos,

Dissolve os rumos

O navio no horizonte,

O vôo da ave,

São palcos de beleza,

Enquanto a despedida

incita a tristeza

Nuvens cobrem o céu,

Tempestade se prenuncia,

Respinga gotas das estrelas,

Resfria a noite,

Adormece a vigília.

A porta entreaberta,

O navio no horizonte,

Ambos, esperança.

aguardam bonança.

A porta entreaberta

Esvazia a dor

Ver seguir pra longe

ruídos, zumbidos,

Reclames enfadonhos.

A porta entreaberta

Liberta o monge.

Jair Martins 15/10/09 - 20h28