NÃO QUERO
Não quero atravessar o rio
Calçando meus pés com as pedras
Prefiro a palmilha das areias quentes
De um deserto de alucinações
A sentir as águas frias
Que os meus pés resfriam.
Não quero preferir um lado da estrada
Deixando o outro sem o meu olhar
Ambos me acompanham, sou o meio.
Não quero que meus olhos
Fechem-se para as laterais
Seria ignorar o meu sombra.
Não quero ser no rio
Uma folha que deslize.
Na estrada de chão batido
Está o peso do meu corpo.
Não quero o que quero
Livrar-me do querer.
Jair Martins 24/06/06 03h04