SOLIDÃO 4

SOLIDÃO

Solidão é cavalo esquelético,

Condenado a morte pelo mormo,

Cheio de parasitas e com laminite,

Claudica capenga quase a cair.

Este cavalo invade nossa alma,

Traz dores às vezes já esquecida,

Ataca quando menos esperado,

No aconchego de nosso bando,

Ou no silencio de nosso lar.

Alguns fogem desde maldito equino,

Usam a vodca como companheira,

Na bebida esquecem o porquê,

Vomitam as amarguras da alma,

Limpam os pastos dos ossos,

Ossos do rebanho morto no passado.

Outros fogem nos vícios,

Consomem o corpo e a alma,

Fazem alianças com sombrosos,

E viram muares esqueléticos,

Burros de carga deformados,

Perdidos no peso da fraqueza.

Mas todos entraram nessa por amor,

Talvez com a ajuda do medo de tentar

Tentar novamente o amar.

De lutar para ser feliz,

Tornar a acreditar que ainda é possível

E expulsar o cavalo doente;

E trazer a sua alma talvez um unicórnio,

No meu caso um lindo Pegasus negro

E com ele tornar a ser feliz...

André Zanarella 16-11-2013

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 27/01/2015
Reeditado em 30/08/2018
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