Entre guerra e paz
Entre bomba e cartaz,
Divididos estamos.
Não, não sonhamos,
Surdos ao grito de paz.
Corações bloqueados,
Milhares de almas armadas
Umas para as outras apontadas,
Corações despedaçados.
Sem sentidos ou motivos,
Jogado o futuro
Num buraco escuro,
Dor aos que restaram vivos.
Carentes por uma gota de compaixão,
Prisioneiros acorrentados ao medo,
Jovens sonhadores se foram cedo.
Centenas de milhares caídos ao chão.
Aqueles que só sabem aterrorizar e guerrear,
Só querem explosões ensurdecedoras,
Como as tempestades devastadoras.
Só sabem matar e desaprenderam a amar.
Crianças órfãs a entristecer,
Rosas sem espinhos a lutar
Contra o que possa afugentar,
Cenas que não deixam esquecer.
Nesse meio todo, a esperança mantem-se em pé,
Frente a balas e bombas, estão cartazes de paz,
Estão aqueles que não aguentam tanto "mas",
Queimados pelo fogo, porém agarrados a fé.
Entre água e fogo e guerra e paz,
Estão todos aturdidos,
Sofrendo esquecidos,
Entre armas erguendo um cartaz.