POEMA DA CARNE

Eu me deleito no pecado da carne

Sem culpa.

No escuro da noite aceito

seus beijos

em troca de afagos. Desabrocho o talo

Para que as pétalas se abrolhem

E o grão de pólen se espalhe.

Eu me deleito no pecado da

carne

sem culpa.

Vou vazando pelos polos

seus apelos

de confetes

Porque sou seu Pierrô e você minha sacanagem.

Confesso em pleno gozo

Enquanto nossos pelos se entrelaçam

Toda nossa luxúria debaixo dos lençóis alheios...

Tremo a alma com a carne aflita

E não tenho medo de castigo, instigo

Deixo a boca ser invadida pela sua língua em louvor, sem culpa, nem pecado da carne.