CONCHAS DA MORTE

Não quero um funeral cheio de pompas...

Livre-me, Ó Senhor, de ser vitrine de urubu,

Que minha campa seja flores, seja maracatu

E que as preces possam pagar minhas contas...

Não quero pranto... que todos possam sorrir...

Em meu ataúde joguem confetes, serpentinas,

Assim tristeza será alegria, a noite diamantina

E em sono profundo eu possa pensar no porvir!

Felicidade seja a tônica perante a sepultura,

Cantem-se marchas de consciência assaz pura

Para que na solidão da tumba eu durma em paz...

Levem consigo de mim a lembrança mais cara,

Se a saudade roer... bem, isso será uma tara

Do cadáver que dorme e que queria viver mais!

Poema de Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 25/01/2015
Código do texto: T5114085
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.