MEU MAR
(Sócrates Di Lima)
Ah! Mar azul!
Olhar infinito e impreciso,
Como ventos de Norte a Sul,
Sol e chuva de granizo.
Um tapete de céu,
envoltos em brancas nuvens,
Pássaros ao léu,
Fecho os olhos e imagino que tu vens.
Como avezinha pousando no meu quintal,
Trazendo sorrisos de marfim,
Minhas saudades penduradas em varal,
Ainda, tudo de ti em mim.
Mar que guarda sonhos em máres,
Em sua profundidade meus segredos guardam,
Descalços suas ondas quebram em meus pés,
Como a poesia e a saudade me acordam.
Então, cuido de minhas asas com carinho,
Plenejo voar em ceu aberto em Sol,
Traço na saudade o meu caminho,
Logo ao principio do arrebol.
Ou como um livre e solto Albatroz,
Um eximio mergulhador,
Mergulho no meu mar em ato veloz,
como quem busca em algum canto, o amor.
E assim, entre voos e mergulhos voluntários,
Em céu aberto ou em mar profundo,
Vivo sonhos em êxtases voluntários,
Sentidos solitários que me tomam a fundo.
Mar que carrega em si tantos segredos,
como minh'alma guarda meus medos,
Como as cançoes e seus enredos,
Nos sortilégios e degredos.
Levanto-me então de uma tarde a beira mar,
Sentindo no corpo a sensasção da liberdade em brisa,
Sigo meu destino sobre as marés do meu caminhar,
Olhando ao lado, o mar azul que discretamente agoniza.