Sem Ser Eterno

Em um ser que aparenta ter,

essa temível vénia para o desejo,

como sombra que surge sem se ver,

e descobre que o que aparenta o seu ansejo,

se transforma em medo do poder.

Sem nenhum motivo para a eternidade,

quando anoitece o ser em mim,

como a saudade paterna,

eterna de um modo sem fim...

Um olhar sobre uma lua fraterna,

que nos desfaz de pequenez,

como seres que moram numa caverna,

dentro da sua altivez.

Sem nenhum motivo que aparente,

onde sem mim se jogam os dados,

nos limites de um jogo atraente,

fomentam os seus pecados.

Continuação da procura dos símbolos perfeitos,

onde no meio do nada se sente a imensidão da sabedoria,

imortalizam-se séculos,

sem se sentir a luz do dia...

Nuno Godinho

21-1-2015