[Na Estação]
Na extremidade da plataforma, longe do burburinho da Estação,
havia um espaço ampliado, um pequeno quadrilátero rodeado
por ramos de alamandas debruçados sobre a grade de proteção.
Não havia música a não ser aquela do nosso devaneio;
no entanto, de olhos fechados, dançávamos lentamente
enquanto os nossos corpos tocavam as flores.
Corte — finita é a Felicidade pousada sobre o Desejo:
ao longe — ah, essa angústia... — inexorável,
aproxima-se o trem — um de nós vai partir.
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[Desterro, 23 de janeiro de 2015]