A mala
Manhãs chuvosas
Deixam meus instintos lentos
E enquanto ouço o som dos fortes ventos
A água molha minhas faces rancorosas.
Oh! Os trovões são tão lindos
Mas tão mortais
Oh! A beleza envolta em alta voltagem
O sangue quente escorre em minhas costas
Mais uma vez alguém tirou vantagem...
Oh! Mundo inóspito e desordeiro
Eu estou tropeçando o tempo inteiro
Sei que pra baixo todo santo ajuda
Não sei pra quem rogar as minhas preces
Há tantos santos que ninguém conhece
Eu realmente não nasci pra Buda.
Minha cabeça dentro de uma mala
As pernas soltas no canto da sala
E nos meus rins alguém já jogou cal
Aqui vou eu sem ter poder de fala
Jogaram o que sobrou em uma vala
De onde os homens tiram tanto mal?