DESEJO MALDITO

Maldito, mil vezes maldito, maldito

Desejo esse que me consome, consome

Tal qual cerimônia pagã, digna de um rito

Cuja sedução não há alimento capaz de saciar a fome

Deus, Deus meu, liberta-me das correntes

Laços dos sentidos que me atam ao corpo desejado

Cujo o bater, o soar, o tilintar dos tridentes

Alertaram sobre a volúpia que meus olhos viram e me fizeram condenado

Não há no céu, não há na Terra, nem no inferno

Algo que aplaque a ira, o furor, da minha vontade em ter, sentir, possuir

Ou deleitar, ludibriar que seja, esse tormento interno

Que dilacera minha alma retira os fragmentos e faz mina força se esvair

Se pudesse ao menos tocar, apalpar, abocanhar

Moveria forças de todo universo, desafiaria leis

E me entregaria ao objeto desejado sem medo de me resguardar

Ninguém entende, ou compreende, o sofrimento que me arrasta a perdição, nem vocês

DAVI YOSSEF
Enviado por DAVI YOSSEF em 23/01/2015
Código do texto: T5111386
Classificação de conteúdo: seguro