Divagar do poeta

Espero-te a noite toda
Para um encontro a dois
A espera que me tem
A quimera não me desdém.

Conto os segundos
Pra não ter sonhos fecundos
Vou calado para o pórtico
De lá contemplo o sórdido.

Meu companheiro da noite
Sempre me lembra do açoite
A cicatriz nunca me doeu
Mas ao meu ser corroeu.

Espero-te amada louca
Pra fazer de ti minha louça
Olhar, ver que aqui está
Contemplar terno rosto desta.

Horas marcadas sempre tinha
Do nada, agora a luz vinha
E nada daquela que o amor
Fez do meu coração a dor.

Despeço o companheiro da noite
Pra eu descansar e a alma falar
O sentimento cada vez mais afoite
Chamava a alma para divagar.
Valmir Silva
Enviado por Valmir Silva em 23/01/2015
Código do texto: T5111346
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