SOZINHO

Amador Filho

Quando se vive na mais cruenta solidão,

Sem ter sequer um resquício de esperança,

Abafa-se na amargura da devastadora desilusão,

As lembranças dum ditoso tempo de bonança.

Quando a realidade sufoca com crueldade,

Transcendendo a intrínseca e grata aspiração,

As forças se esgotam nesta crua realidade,

Causando devastadora e inevitável decepção.

Quando nada mais resta no peito oprimido,

E se fica na vida sem um rumo, sem um norte,

E dos lábios ouve-se apenas languido gemido,

Nada existe neste mundo, que a esse ser conforte.

É doloroso e cruelmente sinistro ou perverso,

O contexto, a realidade ou a negra desgraça,

Em que esse ser vive completamente imerso.

Mesmo assim, sem murmúrios o sofrimento abraça!

Santa Luz, 22 de janeiro de 2015.

Sertanejoretado
Enviado por Sertanejoretado em 23/01/2015
Código do texto: T5111132
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