Do Trovão

Ele chegou como quem sempre veio,

porém sem anunciar sua vinda;

e, feito a que não bebe, mas brinda,

ela brindou, dessa vez, sem receio.

Não era amor, era paz, ainda...

mas já sentia, num febril rodeio,

reaquecer seu horizonte feio

naqueles olhos de mulher tão linda.

Floriu setembro num jardim de maio;

no olhar, um novo brilho de renda

tirou a dureza da fria venda;

e o amor, que fora só ensaio,

como trovão, que vem após o raio,

disse "eu te amo" com voz tremenda.

21-01-2015

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 22/01/2015
Reeditado em 11/12/2015
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