LEMBRANÇAS PERFUMADAS

Ecoa entre as paredes do pensamento

tudo aquilo que eu esperava de mim.

Oh, mente assombrada,

(casa de minha infância)

dá-me o quintal de volta, a passarada

atende, ainda sou criança.

Conspira a favor e restitui a inocente verdade,

que me fazia viver entre estrelas e esperança

sorrindo, pura, à distância da maldade,

sob abacateiros e laranjais.

Quero comigo a ingenuidade, o confesso

de rir do palhaço do circo

e aceitar franquia de ingresso

a mim, pueril, um cisco.

Ai, mente endurecida do tempo,

tuas lembranças tão alvas, perfumadas

são flores de laranjeiras que adornam, retempo

os meus picadeiros e portais.

Dalva Molina Mansano

20:49

21.01.2014

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 21/01/2015
Reeditado em 21/01/2015
Código do texto: T5109702
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