Pássaro Triste
Sou frágil como as sementes que rompem a terra no seu esplendor,
mas brotam tão solene irrequietas,
produzindo a árvore o fruto-o sabor.
Sou tão frágil como as asas dum pássaro,
que evoca no infinito sua dor.
A dor das dores que sentes,
a dor das dores do Amor.
Sou no entanto a força que vaga na escuridão,
rompendo tristezas, engolindo saudades ,
vivendo com força o coração....
E no arrebol de uma árvore se brinca, nas sombras a procura se finda,
entre tudo o que já se disseres.
Sou a aurora cantada pelos hinos passarianos,
num amanhecer tristonho, não vivido.
Sou a madrugada encantada pelos amantes esquecidos.
E vago qual lua no céu, noite após noite
perturbando o coração que é dela,
vivenciando num verso sua imortalidade,
gritando aos teus anseios poetas.
Sou tão frágil como a pétala de rosa,
e tão mesquinho quanto a cascavel,
pois mesmo numa aurora órfã que declina,
eu vejo O AMOR - O SANGUE - O FEL.