Pássaro Triste

Sou frágil como as sementes que rompem a terra no seu esplendor,

mas brotam tão solene irrequietas,

produzindo a árvore o fruto-o sabor.

Sou tão frágil como as asas dum pássaro,

que evoca no infinito sua dor.

A dor das dores que sentes,

a dor das dores do Amor.

Sou no entanto a força que vaga na escuridão,

rompendo tristezas, engolindo saudades ,

vivendo com força o coração....

E no arrebol de uma árvore se brinca, nas sombras a procura se finda,

entre tudo o que já se disseres.

Sou a aurora cantada pelos hinos passarianos,

num amanhecer tristonho, não vivido.

Sou a madrugada encantada pelos amantes esquecidos.

E vago qual lua no céu, noite após noite

perturbando o coração que é dela,

vivenciando num verso sua imortalidade,

gritando aos teus anseios poetas.

Sou tão frágil como a pétala de rosa,

e tão mesquinho quanto a cascavel,

pois mesmo numa aurora órfã que declina,

eu vejo O AMOR - O SANGUE - O FEL.

ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA
Enviado por ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA em 21/01/2015
Reeditado em 15/05/2016
Código do texto: T5109598
Classificação de conteúdo: seguro