SOB A LUZ DO DESEJO
Guida Linhares
Assim deixou-me a vida, essa pantera,
que vaga pela sombra em busca da aurora,
que me faz ter saudades do que era,
a minha vida e meus sonhos de outrora.
Meu corpo metamorfoseado pela idade,
Sem graça e sem da luz ver um lampejo...
carrega dentro dele a cruel fugacidade,
mas intacto, um coração repleto de desejo.
E nele ainda brotam as flores da primavera,
entrelaçadas em guirlandas de suaves tessituras.
Sem esperanças, triste, e sem quimera...
clamo aos céus: devolvam meus dias de mil ternuras.
Santos/SP/bRASIL
31/05/07
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Glosa ao terceiro mote do poema da nossa querida Eire.
Com carinho, Guida
Assim deixou-me a vida, essa pantera,
Sem graça e sem da luz ver um lampejo...
Sem esperanças, triste, e sem quimera...
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"NO FUNDO DO POÇO"
Rosa Magaly Guimarães Lucas - Eire
(Sentindo-me como Augusto dos Anjos)
O riso fácil, solto, foi-se embora,
E nos meus olhos já não paira o brilho...
A mente, o sentimento monitora,
São tantas coisas já que eu não partilho!
Apenas a memória rememora,
O amor fugaz, qual brilho do vidrilho...
Esta pobre mulher que escreve agora,
É como um trem que está fora do trilho...
Assim deixou-me a vida, essa pantera,
Sem graça e sem da luz ver um lampejo...
Sem esperanças, triste, e sem quimera...
A morte é tudo o quanto mais desejo...
Ser um corpo no fundo da cratera...
E enquanto ela não vem, sofro e rastejo.
Jacaraípe, Serra. Espírito Santo, Brasil, 1º/05/2007.
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