MIRTES ENTRE OUTROS CONTOS
A VÉSPERA DA SOLIDÃO
 
Nada adianta
Os botões quebrados
Da blusa
Comprada
Antes do fatídico
Encontro casual
Que teria num lugar
Diferente
De todos os outros
Com um amigo
Agora para jogada
Na escada
Onde ela mesma dorme
De olhos abertos
Pintados de preto
As íntimas de cores
Diversas
Suspensas
Agarradas ao corpo
Que ainda ferve
Se desespera
Cai ao chão
Procura  as letras
Escritas com giz de cera
Batom de seda
Papel que vestia
Na queda
Rasgou
Alameda dos destroços
Ainda tem passos
E uns moços
Sem nome
Parecendo mortos
Pisados
Por seus próprios passos
Vestindo apenas
Seus casacos
Cor da pele
Parecia por baixo
Sangue de marcas
Todas as que levam
Riscadas
descendo
Somente abaixo
Acima um branco
Fantasma
Olhando assustado
Não chorava de dor
Alguma
Óleo derramado
Entre os lados
Dos lábios
Desafiavam gravidades
Ela debaixo
Do cego-escuro
Que mente o absurdo
Quando não sente
O mundo
Que sempre existe
Mesmo
Que as garrafas
Não tenham
Nenhum pedido
Feito lá dentro
E  o mar não é azul
Nem tão puro assim
Traz apenas as marés
Aos pés dela
Quase perto da porta
Nua do que veste
Possuída do que sente
Deserta.