Entardecer.
Gosto de pisar nesta areia fina da praia,
a sentir cada grão a massagear meus pés.
São miúdos, mas eficientes contra rotina,
linda inspiração, caminhar junto ao mar.
Busco ouvir sons que vêm das conchinhas,
como numa sonata o segundo movimento,
alivia meus sentidos em busca da poesia,
no alegro que embala meus pensamentos.
Ora reconstruo minhas remotas loucuras,
sob a brisa que vem arejar meus desejos,
que toca meu rosto e recria uma ternura,
como se fosse um toque suave de um beijo.
É o instante que o Sol brinca de esconder,
olhando para a Lua que vem silenciosa.
Faço minhas reverencias a mãe Janaina,
já longe ouço o som da suave Ave Maria.
O espetáculo sincretiza a alma do poeta,
diante toda a beleza que há no Sol poente,
no fundo seu coração é asa de borboleta,
o Faz subir numa emoção de tão contente.
Mas quando vejo os teus olhos cintilantes,
como estrelas cadentes em desorientação,
que deixam iluminada a nau dos amantes,
onde levo meus sonhos em aberto coração.
Toninho