Entardecer.

Gosto de pisar nesta areia fina da praia,

a sentir cada grão a massagear meus pés.

São miúdos, mas eficientes contra rotina,

linda inspiração, caminhar junto ao mar.

Busco ouvir sons que vêm das conchinhas,

como numa sonata o segundo movimento,

alivia meus sentidos em busca da poesia,

no alegro que embala meus pensamentos.

Ora reconstruo minhas remotas loucuras,

sob a brisa que vem arejar meus desejos,

que toca meu rosto e recria uma ternura,

como se fosse um toque suave de um beijo.

É o instante que o Sol brinca de esconder,

olhando para a Lua que vem silenciosa.

Faço minhas reverencias a mãe Janaina,

já longe ouço o som da suave Ave Maria.

O espetáculo sincretiza a alma do poeta,

diante toda a beleza que há no Sol poente,

no fundo seu coração é asa de borboleta,

o Faz subir numa emoção de tão contente.

Mas quando vejo os teus olhos cintilantes,

como estrelas cadentes em desorientação,

que deixam iluminada a nau dos amantes,

onde levo meus sonhos em aberto coração.

Toninho

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 19/01/2015
Código do texto: T5107459
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