Vida

Não sei... Hoje eu só quero escrever.

Não sei o que fazer,

Só quero escrever

Qualquer coisa que surgir apenas escrever.

Não sei ao certo o que fazer,

Sabe quando... Parece que você não consegue compreender?

Algo como... O movimento que da Terra,

A erupção dos vulcões,

A loucura pós-guerra,

A vingança por traições.

Hoje é um daqueles dias que eu não sei o que fazer.

Literalmente, eu não faço a menor ideia do que devo fazer.

Talvez seja uma crise existencial,

Mas se fosse, eu não estaria assim... Tão Normal.

Isso que me soa estranho:

Estou me sentindo normal.

Quando me sinto assim, é como se, não existisse motivos

Para que eu quisesse fazer algo que seja anormal.

Vocês me entendem?

Acho que... Sei lá... Nem eu mesmo sei o que eu acho.

Me sinto estranho... É como se, este não fosse o meu ano.

Como se os planetas tivessem se alinhado

E toda a essência de mim, eles tivessem tirado.

Talvez fosse num eclipse lunar

Que eles decidiriam que estava na hora de eu mudar,

De deixar de... Sei lá... Deixar de algo fazer

E viver uma vida, meio que sem viver.

Vocês entendem o que eu quero dizer?

Hoje, eu apenas quero escrever

Sem ter nenhum motivo para escrever.

Sem ter nenhuma palavra para escrevinhar,

Nem ter versos para querer rimar.

Não sei o que está acontecendo comigo,

De repente, talvez, eu esteja me tornando meu próprio amigo...

Talvez tenha deixado todas as rixas de lado,

Para viver em equilíbrio com o meu eu do passado.

O que está acontecendo comigo?

Por favor!!! Alguém??? Algum amigo?

Será que este é que sou eu de verdade?

Ou será que é só mais um distúrbio de personalidade?

O que está acontecendo comigo?

Que raiva!!! Talvez eu tenha encontrado o verdadeiro equilíbrio

Para todas as minhas personalidades

Talvez... Este realmente seja eu de verdade...

Talvez, a máscara já tenha caído

E somente agora é que estou vivo.

Talvez eu nunca tenha vivido

E essa máscara é que tem me iludido.

Vocês já se sentiram normal?

Eu me sinto como se eu fosse igual...

Igual a todos os outros

E isso me assusta um pouco.

É como se, eu tivesse quebrado algum elo

Comigo mesmo.

Como se o meu eu, que estava por debaixo do véu

Tivesse apenas... Sendo ele mesmo...

O que está acontecendo comigo?

Eu sou o meu pior inimigo?

Será? Porém...

Eu sou refém?

Por favor... Alguém pode me dizer

O que eu faço para me compreender???

Por que eu me sinto tão perdido

Por não saber o que acontece comigo.

Alguém me abraça,

Me mutila e me enterra?

Finge que eu tenho graça

Talvez eu acabe com essa guerra.

Vocês já tiveram uma crise existencial?

Eu também,

Mas agora sou refém

De uma crise por me sentir normal.

Alguém pode me dizer,

Como é se sentir como se fosse apenas você?

Nunca me senti assim,

Difícil de acreditar, mas agora estou pensando em mim.

Nunca fui de fazer isso

Mas agora eu sei o quão grande é o prejuízo.

Sempre falo que tento me compreender

Mas agora... – Luís! Você nunca se esforçou para se entender!

É assim que eu me sinto...

Ou será que eu minto?

Tenho me enganado tanto tempo

Que hoje balbucio palavras ao vento?

Não sei dizer....

Apenas quis escrever.

Escrever sem ter motivos para rimar,

Escrever sem, nenhuma palavra, pensar.

Escrever sem escrever,

Rimar sem rimar.

Ser quem não quero ser,

Viver... Apenas por continuar.

Já imaginou que louco seria

Acordar de um sonho e ver que tudo não passou de uma poesia?

Uma poesia

Que eu intitularia: Vida.

Alguém pode me dizer

Como faço para crer

Que estou realmente normal

Sem que eu me sinta normal?

Foi o que imaginei...

Luís Fernando Pedro Paulino da Silva
Enviado por Luís Fernando Pedro Paulino da Silva em 18/01/2015
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