ÊMBOLO

Quero aprender com outros o que posso ser,

saber se há a solidão absoluta e se ela acalma,

perder do zelo o excesso, ouvir e conviver.

Quero entender rastros e sombras que candeias

grafam, permanentes, nas paredes desta alma,

deixar flutuem, sem adernar, barcos nas veias.

Quero escrever poemas rubros em alva cal

no amanhecer embebedado de lua e sol,

riscar fundo seu nome no chão do quintal.

Quero convencer-me entre linhas desta lida

que me quero útil com meus versos, no arrebol

entregar-me à fria pedra no moinho da vida.

Quero fazer nos extremos da poesia unguento

que entendam a incapacidade de administrar

o êmbolo que de mim expulsa o sentimento.

Dalva Molina Mansano

17:49

17.01.2015

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 17/01/2015
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