ESTE FRIO QUE AÍ VEM!

Este frio que aí vem

Não vai ajudar ninguém

Que sofra de solidão.

Que precisa de mais amor

E de sentir o calor

Que vem do lume de chão!

Porque esse frio que faz

É tal como as horas más

Gelando-me o pensamento.

Vem de leve e acentua

Que até as pedras da rua

Se prendem em breve momento!

Na soleira da minha porta

Encontro uma ave morta

Quase toda depenada.

É que o gelo é tanto, tanto

Tentou procurar um manto

Que agora já não é nada!

E o gato aninha-se no quente

Faz ronrom junto da gente

O seu miar é profundo.

Está aconchegado, bem sei

Assim quisera eu por lei

Os pedintes…deste mundo!

Lá fora, a noite aparece

O frio corta e endoidece

E as mãos ficam-me a tremer.

A terra cheira a orvalho

Mas com o coração batalho

Querendo…sobreviver!

Faço um poema pra escaldar

Do frio que teima em ficar

Tapando-me com um cobertor.

E de verso em verso não calo

As razões pelas quais falo

Tão simplesmente…de Amor!

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 17/01/2015
Código do texto: T5105044
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