Taxidermia

Taxidermia

Não preciso de suas lágrimas

Nem de suas preces desmedidas

Já me afundei em lástimas

Minha alma esta perdida

Meu corpo, escultura vazia

Vísceras jogadas pelo caminho

Sombria técnica de taxidermia

Vagarei pelo limbo sozinho

Marcado pelo sorriso macabro

Enquanto em vão tapo meus ouvidos

Desespero, todo meu peito e abro

Pelos vermes, meus restos consumidos

Algo de sublime nesta dor

Um querer louco incontestável

Diabolicamente em transe e furor

Desejo de sofrer inexorável

Avolumam-se os meus delírios

Meus algozes a regozijar

Em meu às gargalhadas e martírios

Definho sem jamais despertar

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 17/01/2015
Código do texto: T5104968
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