Taxidermia
Taxidermia
Não preciso de suas lágrimas
Nem de suas preces desmedidas
Já me afundei em lástimas
Minha alma esta perdida
Meu corpo, escultura vazia
Vísceras jogadas pelo caminho
Sombria técnica de taxidermia
Vagarei pelo limbo sozinho
Marcado pelo sorriso macabro
Enquanto em vão tapo meus ouvidos
Desespero, todo meu peito e abro
Pelos vermes, meus restos consumidos
Algo de sublime nesta dor
Um querer louco incontestável
Diabolicamente em transe e furor
Desejo de sofrer inexorável
Avolumam-se os meus delírios
Meus algozes a regozijar
Em meu às gargalhadas e martírios
Definho sem jamais despertar
Eduardo Benetti