Efígie
Falou palavras bonitas
Rabiscou meu coração
Quebrou meu vocabulário
E me disse: NÃO.
Estremeci entre batalhas e vitórias
Quis pintar os cabelos, tatuar gravuras, freqüentar lugares bárbaros, exprimir minha impotente alegria de viver.
Estigma de cinco pontas. Lápide cortante.
Uma falta, nossa perda.
Quero ser a fera e atuar como bicho.
Ser de anjo, uma mulher.
Quero me debruçar em cacos, sentir o azedo sangue correr pelo meu corpo.
Quero cravar uma estaca no meu peito, sentir nosso desleito, nossa falta de respeito.
A morte, uma efígie transfigurada.
Arquivo remoto, pensamento negativo.
Anarquismo, solução, sociedade e ambição.
Quero atuar como a vitoriosa e sentir o tilintar de minhas unhas arranhando a pele seca.
Arrepio. Calafrio da alma.
Vigora o poder, o instinto carnal.
Força ajustada em termos brandos, fortes lonas e fuga.
De longe a vontade, a imaginação perplexa.
Anseio de piedade.
Agulhas, álcool, fumaça e muito rock n´ roll.