yerik o louco

ninguém deveria possuir

pertencia a terra

e a ela voltaria

meu destino!-eu disse

falei alto pra que a mais obscura alma ouvisse

que aquele era meu feito

e que por ele eu morreria

e era meu

o poder

o encanto de fitar o futuro

e essas mãos velhas o faria cair na escuridão da minha memória

meio boa meia falha

mas por ultimo hoje me lembro

que o escondi de baixo da cama

como um fruto de roubo

como uma vergonha

que de vez em quando era aberta por uma memória ruim

mas te digo sinceramente que usufrui de sua magnificência

e me fiz rico e me fiz sábio

de que adianta a chave do mundo nas mão,

sem um pouco de diversão?

eu me beneficiei e não me arrependo

de viver num século a frente

sempre que quisesse

sem que tivesse nenhuma voz que dissesse a hora de parar

horas fui longe de mais

horas me contive

mas vivi bem meus últimos anos

e ver toda a arrogância do mundo cair aos pés desse velho homem

todos os meus anos estampados na cara

e na cara deles o espanto

eu regia uma orquestra

e sei como todos os arpejos funcionam

eu sei a hora das trompetes

meticulosamente estudado

e todas as sinfonias não me eram suficientes

e todas as horas rápidas de mais

a final e já estava morrendo

todo segundo contava

e eu ainda tinha que encontrar um lugar seguro

e destruir esse portal de ideias inventadas

mas meu aniversário ia chegando

e não se perde uma festa de 100 anos

ainda mais quando é a de quem vos fala

uma despedida eu jurava

e era capaz que fosse

eu pensava na época

já que sentia o corpo falhando e as dores aumentando

maconha medicinal e vos digo

mas estou fugindo do objetivo

desviando a história

um casino e todas as suas ilegalidades

a cidade era minha

um senhor quase respeitável

pole dance meu caro

e os peitos eram enormes...

todos duros e imóveis...

mas foi na pressa...o importante era que eram mulheres

algumas artificiais de mais

eu confesso que não são minhas favoritas

mas eram jovens

e sua pele brilhavam

um brilho que não se compra

um brilho que não se recupera

musica alta demais pra esses ouvidos velhos que vos fala

mas é o preço que se paga se você quiser ver mais ação e reação e menos dialéticas filosóficas

e noite a dentro com um bar pra fígados treinados

mais uma dose! eram os gritos no salão meu caro

e era diversão

lá fora os problemas

aqui dentro os amigos ainda vivos

e pessoas que nunca tinha visto

mas a atmosfera de uma grande família disfuncional

eram estranhos que ao longo da noite se amavam

as luzes brilhavam nos decotes que circulavam

saltos altos

todo homem gosta de saltos altos não é?

uma despedida que não consigo descrever a imensidão momentânea que me proporcionou

que ano estamos?

já perdi a noção

eu conto por horas...

2015?

vos digo que destrua

porque foi o que me foi digo a anos atrás

e lhe conto um pouco do meu trunfo

pra que tenhas inspiração

não conte a ninguém

nem a amores ardentes

nem a maior de suas confidentes

ate que sua hora chegue

você é jovem e sortudo

quem dera fosse eu jovem quando me foi dado os olhos mágicos

o poder deles lhes farão gozar meu caro

acredite nessa velha boca que vos fala...

essas paredes brancas nada querem dizer

essa camisa apertada não importa

os remédios é que me matam

como cai nessa pocilga

o importante é que escondi

pra lhe entregar agora

já me findam os minutos...

não abra agora!

espere os guardiões de jalecos brancos me levarem embora...

obrigada por vir...

meu tempo é curto

e seu milagre acaba de acontecer

abra suas assas e crie sua própria sinfonia meu caro

e cuidado pra não enlouquecer.

antiquark
Enviado por antiquark em 16/01/2015
Código do texto: T5103271
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