Deus-Menino
árvores, edifícios
televisores, vitrines
luzes inanes
iluminam um velho infame
que teima
em roubar a Festa
penumbras, sombras
meu quarto, minha alma
brilho nos olhos, velas
centelhas que buscam
iluminar o Deus-Menino
que – eu sei! – vive
também dentro de mim
Natal
cujos presentes
são o sorriso, a harmonia
o desprendimento
a Paz
quase blasfêmia
à sociedade de consumo
Fernando Soares
BHZ, 17/dez/14