LÁPIDES - FACA

LÁPIDES - FACA

Ando pelas lápides do cemitério,

Trago em minha alma uma faca,

Estou entre os meus semelhantes.

Invento historia para irmão que partiu

Navegadores que acabaram afogados;

Exploradores vítimas de facas de amor;

Dançarinas exóticas com seus amores;

Malandros dançarinos com suas navalhas.

Imagino um mundo de mortos viventes,

Felizes com prédios brancos e limpos,

Num por de sol eterno e agradável.

Eu sou o ser destoante que usa faca,

Sou o vivo que está morto e respira.

Que não aprendeu a viver na infância

Que a lição da fé de meus pais matou,

Foi tão grande que cortou minha alma

Que ainda dói como incisão recente,

Mas nas lápides encontro à segurança,

Pois aqui sou ouvido e compreendido

Sou morto e vivo pela fé de uma cruz.

O pecado de meus pais é somente deles,

A mim me pertence à faca e a vontade,

Luto entre usa-la e não usa-la, quem sabe?

Entre as lápides tenho amigos que riem

Que acham que a minha missão não é lá

Ainda é aqui por mais que queira partir...

André Zanarella 16-12-2013

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 14/01/2015
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