Matilde
Matilde passou no obelisco.
Olhava o bruto clarão
do oceano nas longarinas
de beira-parágrafo,
olhava o coalho de miçangas
no extremo céu ensimesmado.
O carmesim dançava a
pedido do pêndulo aquático.
Matilde lambia o pincel canoro,
linguagens escarlates.
Matilde salivava o recorte inteiro
(continha o engenho em linha)
cobria o botão embutido súber:
a imperatriz alaranjada.
Matilde aliterava violenta
Esperava a voz-marfim tonta
de tez e vidro, Matilde atenta
era negra orixada beiçuda
colou tempero no azul-película
da sombra que passava
passarinho enfezado.
O dia acorda e lampeja
em Matilde.
pó, estampa Virgo
na fuselagem da carne.