Minhas Mãos
De repente, olhei para aquelas mãos
Tão jovens, dedos finos.
Nem uma ruga, nem um calo.
Unhas bem feitas.
Nem uma veia aparente.
Mãos de uma jovem e bela moça.
Olhei minhas mãos.
Já mostrando os traços da idade.
Alguns calos teimosos
Nunca foram embora.
As veias caminham livremente
Grossas, saltam através da pele
resultado de muitos e muitos
litros de soro.
Companheiro inseparável das minhas
idas e vindas em hospital.
Mãos que já foram tão belas
Como as da jovem a minha frente.
Olhei para seus braços ainda jovem.
E vi os meus tão iguais aos seus.
E minhas mãos tão belas!
Em relação as dela.
Mãos que me ajudam a sobreviver.
Mãos que alimentam meu ser
Mãos que mantém a organização da casa.
Acariciam meus netos, meus filhos, meu esposo
Mãos companheiras inseparáveis das alegrias
Mãos que secaram minhas lágrimas outro dia.
Que limpa o suor de minha face.
Mãos que sabem confortar.
Que sabem retribuir quem me abrace!