Corpo de Papel
E nesse corpo de papel eu visto roupas
de letras
e, a minha agulha é a caneta;
os ajustes são feitos
com linhas de poesias, carretel de versos,
tecidos de sonetos inversos;
nesse corpo de papel eu visto com pedrarias místicas
túnicas bordadas com sabedoria,
fantasias de alguma alegoria;
nesse corpo de papel eu visto e,
dou a ele roupa de astronauta que com espaçonave
de letras, explora estrelas e outros planetas;
nesse corpo de papel eu visto roupas de um ser comum
que pela luta diária esquece-se das preces e do jejum;
nesse corpo de papel eu visto roupas de humildade e de amor
que caem como uma luva, definindo as curvas;
nesse corpo de papel eu junto as palavras
em cima da escrivaninha deixadas pelos escritores e poetas
que vestirão o corpo de uma poesia na pagina virada.