Da Escassez da Chuva e dos Pássaros Noturnos

Tentei chover na madrugada

mas fez-se manto estrelado,

mas fez-se noite enluarada,

fez-se o poema enclausurado;

mas revoou um curiango

lá na torre do campanário

e, o galo cantou anunciando

o repontar que ia alvorando.

Tentei chover na madrugada

pois a soalheira era insuportável,

tanto calor que fervilhou

meu pensamento inenarrável;

mas revoou uma coruja

e transbordou o seu piado

a duetar com o bacurau

com seu estribilhar sagrado.

Tentei chover na madrugada

mas, fez-se letras e poesia

mas, fez-se doce a melodia,

fez-se um poeta amodorrado;

e o céu gritou a escuridão

antes do ressurgir da aurora,

compus então essa canção

ao meu amor que acorda agora.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 12/01/2015
Código do texto: T5098925
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