Desiludido recomeço

Desiludido recomeço

O dia tentando

Parar com a loucura

Que me desumaniza.

Urina, vômito e fezes

Recobrem meu corpo,

O short furado com

A brasa incandescente,

Um monte de pesadelos

Agitam a minha mente

E sou basicamente

Medo,

Mas, principalmente,

Medo de que eu estrague

Tudo

O que eu havia tão belamente

Começado.

Meus membros estão feridos,

Meus olhos cansados,

Meu rosto parece transportar

Notícias terríveis

Para sempre irremediáveis.

E quanto mais próximo da

Loucura verdadeira me aproximo

Mais nítido tornam-se

Meus pensamentos,

Eles estão verdadeiramente nítidos

E me comunicam

Informações que eu desconhecia.

É um ano novo agora,

Mas eu já carrego tantas

Velharias em mim,

Que não sei se estas novas

Portas são por mim transponíveis.

Não quero um drink, Senhora Morte,

Nem o canto de um pássaro funéreo,

Senhora Morte, nem o arremedo de

Um transplante ou de botas ortopédicas:

Estou farto para a luz,

Estou mergulhado na imensa

Escuridão

Da via Láctea,

Imerso em suas entranhas escuras,

Pontilhadas por pequenas fusões

Nucleares.

Eu era um homem, criança,

Pronto para todos os desafios

Da minha nova vida

E agora eu me vi claramente

Derrotado.

Meu cérebro tentará que o

Meu corpo componha um sim,

Mas não desejo isso, criança,

Eu queria na verdade

Apenas morrer, com alma e tudo,

E nenhuma memória, ou

Ressureição, em qualquer parte.

Daniel Barbosa
Enviado por Daniel Barbosa em 11/01/2015
Código do texto: T5097784
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.