Desiludido recomeço
Desiludido recomeço
O dia tentando
Parar com a loucura
Que me desumaniza.
Urina, vômito e fezes
Recobrem meu corpo,
O short furado com
A brasa incandescente,
Um monte de pesadelos
Agitam a minha mente
E sou basicamente
Medo,
Mas, principalmente,
Medo de que eu estrague
Tudo
O que eu havia tão belamente
Começado.
Meus membros estão feridos,
Meus olhos cansados,
Meu rosto parece transportar
Notícias terríveis
Para sempre irremediáveis.
E quanto mais próximo da
Loucura verdadeira me aproximo
Mais nítido tornam-se
Meus pensamentos,
Eles estão verdadeiramente nítidos
E me comunicam
Informações que eu desconhecia.
É um ano novo agora,
Mas eu já carrego tantas
Velharias em mim,
Que não sei se estas novas
Portas são por mim transponíveis.
Não quero um drink, Senhora Morte,
Nem o canto de um pássaro funéreo,
Senhora Morte, nem o arremedo de
Um transplante ou de botas ortopédicas:
Estou farto para a luz,
Estou mergulhado na imensa
Escuridão
Da via Láctea,
Imerso em suas entranhas escuras,
Pontilhadas por pequenas fusões
Nucleares.
Eu era um homem, criança,
Pronto para todos os desafios
Da minha nova vida
E agora eu me vi claramente
Derrotado.
Meu cérebro tentará que o
Meu corpo componha um sim,
Mas não desejo isso, criança,
Eu queria na verdade
Apenas morrer, com alma e tudo,
E nenhuma memória, ou
Ressureição, em qualquer parte.