Liquidez.
Vivemos em tempos líquidos, onde amores escorrem pelas mãos.
Vivemos na sociedade do espetáculo onde a única arte é a do descarte.
Vivemos em vão e tão vãos que nem percebemos o tempo passar rapidamente. Abruptamente.
Hesitamos em dizer, em sentir, em viver, em amar...
Vivemos pensando viver, mas na verdade apenas seguimos uma ordem, um caminho, um destino pré- estabelecido, com movimentos automáticos, que nos levam para o mesmo padrão.
Vivemos como se estivéssemos programados, como se o manual de instruções já dissesse o que se deve fazer. Como se o controle estivesse quebrado.
Nos transformamos cada vez mais em máquinas que controlam outras máquinas.
Cada dia a mais é literalmente um dia a menos, mas não nos damos conta, pois a única conta que nos preocupamos é a bancária.
Foi se o tempo em que se desejava saúde a outra pessoa, hoje se deseja sucesso, dinheiro e status. Hoje o dinheiro é o novo sinônimo de saúde.
“Vivemos tempos em que o ter se sobrepõe ao ser e vendemos nossos Selfs em detrimento de Selfies”.