TENHO UMA CANETA DA PONTA FINA

Tenho uma caneta da ponta fina

E é com ela que gosto de escrever.

Não sei como veio parar em minha escrivaninha,

Sei, entretanto, que abandono o teclado por ela.

Os versos que nascem de sua pena

São suaves e soltos, livres voos em queda livre,

Como fossem os últimos pássaros da existência.

Corre ela lânguida, ao mesmo tempo que objetiva,

Testa a maciez do papel, ora seda,

Ora veludo de alguma saudosa virgindade.

Eu a tenho sobre a mesa, birô de outras plagas

E viajamos, ela e eu em doces palavras,

Percorremos o mundo, infinitamente,

Nos desenhos arredondados da escrita.

Somos assim, eternas companheiras

De encontros na madrugada ou sob sol a pino,

Interessa é que escrevemos, falamos, sonhamos

Em fina estampa e desenhos surreais,

Descobrindo sons de antigas guitarras,

Agudos sons em notas musicais.

Melodias transformadas em poemas,

Íntima escala obedecida do que me vem ao pensamento

Na agulha de minha caneta, o intento

Obediente aos meus temas.

Dalva Molina Mansano

09.01.2014

19:28

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 09/01/2015
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