Ponteiro
Solto o meu burro
No quintal de casa
Pra ele ficar
Bem pertinho de mim
Assim quando preciso
Basta que eu o chame
Que ele vem ligeirinho
Ele é meu amigo
Meu fiel companheiro
Cortamos estradas
Por esse sertão sem fim
A qualquer hora
Da manhã
Ou da madrugada
Pegamos a estrada
Meu destino é assim
Desde menino
Que eu sou ponteiro
Tocando berrante
Levo o gado assim
A boiada berrando
Aonde vou passando
Todos se admiram de mim
Quando chego ao destino
E entrego a boiada
Perece que deixo
Um pedaço de mim
Volto triste em silêncio
Viver sem o gado
Pra mim é o fim