Ponteiro

Solto o meu burro

No quintal de casa

Pra ele ficar

Bem pertinho de mim

Assim quando preciso

Basta que eu o chame

Que ele vem ligeirinho

Ele é meu amigo

Meu fiel companheiro

Cortamos estradas

Por esse sertão sem fim

A qualquer hora

Da manhã

Ou da madrugada

Pegamos a estrada

Meu destino é assim

Desde menino

Que eu sou ponteiro

Tocando berrante

Levo o gado assim

A boiada berrando

Aonde vou passando

Todos se admiram de mim

Quando chego ao destino

E entrego a boiada

Perece que deixo

Um pedaço de mim

Volto triste em silêncio

Viver sem o gado

Pra mim é o fim

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 09/01/2015
Reeditado em 29/09/2021
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