PASSADO PERFEITO
onde está aquele filho do tempo
que a pedradas rompia dos caquis a polpa
que ateava fogo às folhagens por passatempo
e dormia dentro do guarda-roupas?
onde está aquele vulto franzino
cujo tesouro era o triângulo no terraço
descoberto pela curiosidade do menino
e que agora se perdeu no espaço?
ficou pelo caminho
à espera da mãe, do pai
mas estes já estavam à frente
ficou lá, sozinho
esperando um sol que não sai
enquanto tenta não crescer e ser gente...