MAGIA DA MADRUGADA

Meia noite. O galo estrala seu canto nos ares.

Meu pensamento se embala no ritmo da sonata

E remói reminiscências que a memória contrata

De longes madrugadas tecidas ao longo dos vales.

Enquanto goela em sinfonia, os pés puxam areia

Dum solo aveludado pela brisa que espirra o pó

Que leva minúsculos grãos numa viagem sem nó

Até os mais altos picos onde a natureza pranteia.

Serenata que é silencio no alpendre das estrelas

Embevecidas pelo tom reiterado de notas iguais,

Às vezes roucas e gripadas pelo frio que contrai

A garganta já extenuada, sem brilho e centelha.

Zero hora... fronteira... dia nasce, outro morre,

A esperança é que o nada no tudo se transforme!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 07/01/2015
Código do texto: T5093747
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